terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Diarícies

Estou com um problema. Minha energia deve estar em 10%. Estou falando da minha energia vital, da psicoenergia, prana, chi ou como queira chamá-la. Ela está indo embora e a energia nova não está entrando, porque eu estou frustrada comigo mesma, preocupada, com medo, ou seja: tendo pensamentos negativos ao meu respeito e ao meu futuro. A energia vai embora e eu fico para baixo, deprimida, sem motivação para nada. Isso somado aos pensamentos negativos, está me deixando meio depressiva. Eu não passei no vestibular. Mais clichê impossível. Estava pensando isso outro dia: vários adolescentes entram em depressão por conta de não passarem no vestibular. Parece muito idiota: entrar em depressão por causa disso? Tem tanta gente que não tem perna, braço, não tem pais, tem câncer, e nem por isso estão em depressão. Pois é, mas isso é sério. Eu estudei tanto ano passado, me afastei dos meus amigos, da minha família, engordei, gastei um monte de dinheiro para... nada. Eu nunca me senti assim na minha vida. Estou me sentido mal. As coisas que antes eram bonitas agora são... indiferentes. Meus sonhos com o futuro que sempre pareceram tão perfeitos agora estão cheios de defeitos, cheios de coisas que não me agradam. Mas eu não tenho novos sonhos. Eu... sei lá. Não tenho vontade de ler meus livros, não tenho vontade de ver meus amigos, não tenho vontade de conversar, de estudar, de sair de casa. E também não tenho vontade de ficar em casa. Não tenho vontade de fazer nada e não tenho vontade de não fazer nada. Me sinto frágil. Como se qualquer ataque fosse me quebrar. Se eu pudesse levar um edredom no primeiro dia de aula e me esconder sob ele eu o faria. Ah, é, o primeiro dia de aula. Não estou nem um pouco empolgada com a faculdade. Não, eu não passei no vestibular que eu queria passar, a UFPR, nem na Unioeste, nem na Udesc, só na F. Só que todo mundo passa na F, não me sinto realmente orgulhosa, como se fosse um grande feito, embora eu tente me enganar sobre isso às vezes. O problema com a F é que a faculdade é cara, e eu vou cursar engenharia civil. Minha mãe vai trabalhar quase que só para pagar minha faculdade. Só que engenharia tem outro problema: é difícil. Não conheço ninguém que não reprovou alguma vez em alguma matéria. Mas na F, reprovar em uma matéria significa jogar R$1.000 pro lixo, porque é isso que você tem que pagar para refazer a matéria, ou mais. Eu não posso reprovar. Eu não sou tão inteligente quanto eu gostaria de ser. Eu não sei se esse curso é para mim. Eu realmente espero que seja, porque estou mais nele porque é o sonho da minha mãe. Eu não quero ser uma profissional frustrada, quero trabalhar com aquilo que eu gosto. Sou muito criativa, gosto da visão de coisas belas, harmônicas, funcionais. Gosto de natureza. Eu deveria fazer arquitetura, é meu sonho desde pequeninha. Mas eu preciso fazer engenharia civil, porque eu preciso ganhar dinheiro, porque todo mundo espera que eu faça engenharia civil. Porque eu gosto do status de engenheira civil. Porque é parecido com arquitetura e eu posso acabar gostando, claro que sim. Uma engenheira super-criativa. Outra coisa que me preocupa é o dinheiro que minha mãe está gastando. Eu não quero ser um peso para ela, que já está quase com 50 anos e tem que continuar trabalhando um monte para me sustentar. Por isso eu queria arrumar um emprego. Só que cursando engenharia civil integral e no primeiro ano isso é quase impossível, eu preciso estudar. Eu não posso gastar quase nada. Tudo bem, posso viver assim, gastando super pouco. Minha mãe queria parar de trabalhar. Ela não pode por minha causa. Ah, quando eu era criança era tudo tão mais fácil... Eu sei que eu me preocupo demais com o futuro, e me deprimo por causa disso, sou ansiosa. Eu deveria viver mais o presente, mas como quando você se encontra em uma situação onde nada é garantido? As coisas podem desabar a qualquer momento... Eu deveria ter uma visão diferente acerca disso, mas não consigo. Eu só queria... passar na Unioeste. Seria perfeito.

Nenhum comentário:

Postar um comentário